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Dica PARAFLU: Densímetro ou refratômetro. Qual usar
Ao medir líquidos de arrefecimento com refratômetro ou densímetro, é importante considerar que esses instrumentos quantificam apenas a concentração do glicol e não avaliam a quantidade ou a qualidade dos inibidores de corrosão presentes.
O refratômetro trabalha medindo a variação do índice de refração enquanto o densímetro a densidade do produto avaliado e por utilizarem características distintas do produto, existem diferenças significativas em relação às leituras obtidas de cada um.
Independente da diferenças de resultado e de opiniões (o densímetro é geralmente um equipamento mais simples e por isso, carrega uma má fama em alguns cantos do mundo), ambos os equipamentos têm seu uso recomendado, auxiliando muito os mecânicos e entusiastas no dia a dia da manutenção e cuidado com os veículos. A PARAFLU disponibiliza através de sua rede de distribuidores, densímetros para quem deseja aumentar ainda mais a qualidade dos serviços prestados.
Mas e aí? Qual o melhor equipamento para mim?
Como utilizam-se de propriedades distintas do líquido de arrefecimento para realizar a medição, cada equipamento tem seus prós, contras e peculiaridades que devem ser observadas para se tirar máximo proveito do recurso.
Em linhas gerais, o densímetro é uma ferramenta mais amigável e universal para usuários de primeira viagem ou ainda para os profissionais que trabalham com apenas um tipo de produto. Sua leitura direta e fácil, além da simplicidade de construção são ideais para um uso mais intenso no dia a dia. Como usam a densidade do produto (relação entre volume e massa do líquido de arrefecimento), este tipo de equipamento transita muito bem e traz leituras muito similares para produtos das mais diversas bases, por isso ele é considerado “universal”. Para um densímetro, não importa se o aditivo é fabricado à base de monoetilenoglicol, propilenoglicol ou glicóis como é o caso da linha ECOFLU da PARAFLU. O equipamento irá trazer uma leitura consistente e bem linear para todos, em todas as versões (CONCENTRADO ou PRONTO PARA USO) e concentrações.
Já o refratômetro é um equipamento um pouco mais complexo, demanda mais cuidados no manuseio e requer calibração frequente. Por outro lado, pode entregar leituras mais precisas, já que existem no mercado modelos que são configurados para uso exclusivo com uma base, por exemplo o monoetilenoglicol. O viés negativo dessa precisão é uma eventual limitação, caso seja usado em um produto diferente do que foi projetado, a ferramenta pode apresentar dados incorretos. Sempre que possível, indicamos o uso de um refratômetro com escala BRIX % e resolução de 0 - 90%, pois é um equipamento capaz de medir todos os tipos de aditivos, independente da sua base. Por esta e outras características, o refratômetro muitas vezes traz um pouco de receio numa primeira interação e dependendo da situação seu uso pode se tornar inviável ou pouco prático.
A decisão final entre qual equipamento usar acaba sendo muito pessoal de cada mecânico, mas uma dica valiosa que podemos dar é: - Sempre que possível, use ambos! E isso porque (quase ninguém sabe) no final do dia, os dois equipamentos se completam e usá-los em conjunto traz uma exame mais preciso e detalhado do líquido que estamos analisando!
E como faço para usar os equipamentos?
Bem isso se torna bastante simples com o hábito e com essas dicas que vamos dar!
Em primeiro lugar, segurança! Lembre-se de que o sistema de arrefecimento trabalha pressurizado e em temperaturas elevadas, portanto antes de qualquer intervenção, verifique se o motor está frio e o sistema sem pressão para evitar qualquer acidente!
O próximo passo é a coleta da amostra, que no densímetro normalmente é feita pelo próprio equipamento. Busque sempre atingir a marcação horizontal no corpo do equipamento para manter uma referência entre as leituras.
No refratômetro a coleta pode ser feita com uma pipeta ou qualquer outro recurso, desde que ele esteja bem limpo!
Depois da amostra coletada, vamos para a leitura: No densímetro, segure ele bem firme e então bata levemente no corpo do equipamento para liberar qualquer bolha de ar que possa ter se formado durante a coleta (com a prática as bolhas vão ficando cada vez menores, fica tranquilo!) e então com o equipamento na vertical e na altura dos olhos verifique aposição do ponteiro maior. No caso do refratômetro, coloque uma ou duas gotas do produto a ser medido na lente e feche a tampa, então posicione o equipamento no olho com a lente voltada para a luz e verifique o valor indicado na divisão entre a região azul e a região branca do visor.
O próximo passo é a interpretação dos valores obtidos, que para ser efetiva e trazer resultados devemos primeiramente entender o contexto que estamos avaliando. Aqui o cenário pode ficar um pouco mais complexo, mas não se preocupe. Até o final desse texto você vai ver que a análise é fácil e rápida depois que se está familiarizado com os valores de referência!
Para interpretar o resultado encontrado no densímetro vamos considerar apenas a versão ESPERADA do produto. Em outras palavras, precisamos entender se estamos medindo um produto CONCENTRADO ou um produto PRONTO PARA USO.
- Se o produto for CONCENTRADO, o valor esperado é um ponteiro na parte superior, muito próximo do limite superior da escala.
- Se o produto for PRONTO PARA USO ou você está medindo o líquido de DENTRO DO SISTEMA, o resultado esperado é o ponteiro na região mais central da escala.
- Atenção! Se o ponteiro estiver na parte inferior da escala, cuidado. O produto testado não possui glicol em quantidade suficiente e não é indicado para uso!
Já na interpretação de resultados do refratômetro, além da VERSÃO do produto, precisamos considerar o GLICOL BASE usado na sua fabricação, pois cada tipo possui uma faixa de refração.
A tabela abaixo detalha os valores mínimos e máximo possíveis para cada tipo e base considerando um refratômetro BRIX%:
Glicol base |
Versão do produto |
% BRIX |
|
Mínimo |
Máximo |
||
Glicol |
Concentrado |
38% |
42% |
Pronto para uso |
18% |
29% |
|
Monoetilenoglicol |
Concentrado |
53% |
57% |
Pronto para uso |
28% |
41% |
Mas e se eu não souber a base do produto?
É justamente nessa situação, que o uso combinado dos dois equipamentos se torna tão útil! Ao analisar o resultado de apenas um equipamento pode não ser possível determinar sua concentração real, pois não se tem muita informações do produto que está dentro do sistema de arrefecimento do veículo, mas ao avaliar os dados dos dois métodos temos uma verificação cruzada que nos dá uma precisão muito maior!
Vamos para um exemplo prático? Fazendo a revisão regular de um veículo na oficina, foi avaliado com o refratômetro o líquido de arrefecimento desconhecido presente no veículo. A leitura indicou um valor de BRIX de 39%. Analisando com atenção a tabela de indicação, podemos notar que o valor encontrado pode ser atrelado a dois cenários:
1- Concentrado base Glicol e;
2- Pronto para uso base Monoetilenoglicol.
E agora, como descobrir se é um produto concentrado (e neste caso estaria aplicado indevidamente no sistema) ou um produto pronto para uso?
Usando nosso bom e velho densímetro! Ao analisar o mesmo produto agora usando a outra ferramenta, nota-se que o ponteiro ficou no centro da escala, indicando que ele é do tipo PRONTO PARA USO. Avaliando as duas leituras, percebemos que o líquido em questão é um aditivo base Monoetilenoglicol e na versão PRONTA PARA USO.
Viu só? O uso combinado de duas ferramentas que por si só já agregam muito valor no nosso dia a dia, pode trazer ainda mais informação e ajudar a entregar um serviço cada vez melhor para o seu cliente!
Quer saber ainda mais sobre essas ferramentas incríveis? Assista aos vídeos que falam do densímetro e do refratômetro no nosso canal do Youtube e caso tenha qualquer dúvida, nosso time de técnicos está à disposição para te ajudar!